domingo, 18 de março de 2012

. baú de recordações!

'Eu já ri até a barriga me doer, já nadei até perder o fôlego, já chorei até dormir e acordei com o rosto desfigurado.
Já fiz cócegas ao meu irmão só para ele parar de chorar, já me queimei a brincar com uma vela.
Já fiz um balão com a pastilha elástica que se colou na cara, já falei com o espelho, e até já fingi ser bruxa.

Já quis ser astronauta, violinista, caçadora e trapezista. 
Já me escondi atrás da cortina e esqueci-me dos pés de fora. Já roubei um beijo, já confundi sentimentos. Já apanhei um atalho errado e continuei a andar pelo desconhecido.
Já chorei ao ouvir uma música no autocarro.

Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer.
Já subi às escondidas para o telhado para tentar apanhar as estrelas, já subi a uma árvore para roubar fruta, já caí da escada.
Conheci a morte de perto, e agora anseio por viver cada dia.
Já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola, já chorei sentada no chão da casa de banho, já fugi de casa para sempre, e voltei logo a seguir.
Já saí para passear sem rumo, sem nada na cabeça, ouvindo estrelas. Já corri para não deixar alguém a chorar, já fiquei sozinha no meio de mil pessoas sentindo a falta de uma só.

Já vi o pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já mergulhei na piscina sem vontade de voltar, já bebi whisky até sentir os meus lábios dormentes, já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei o meu lugar.
Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor, mas renasci novamente para ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei à meio da noite e fiquei com medo de me levantar.

Já apostei em correr descalça na rua, já gritei de felicidade, já roubei rosas num enorme jardim. 
Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um "para sempre" pela metade.
Já me deitei na relva de madrugada e vi a Lua transformar-se em Sol, já chorei por ver amigos a partir, mas descobri que logo depois chegam novos, e que a vida é um ir e vir permanente.
Foram tantas coisas que fiz, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração.'

Sem comentários:

Enviar um comentário